SUGESTÕES AO CORPO DOCENTE!
CRISTINA RIBEIRO – SUBSÍDIOS PARA MEDIAÇÃO DE LEITURA: Dossiê da autora convidada
05 de agosto de 2025
Introdução
O presente material tem como objetivo apresentar elementos biográficos, temáticos e pedagógicos sobre a autora Cristina Ribeiro, escritora convidada no âmbito do Programa Adote um Escritor – EJA 2025, promovido pela SMED Porto Alegre.
Cristina Ribeiro é uma escritora e educadora negra, com trajetória marcada pelo ativismo antirracista, pela valorização das experiências negras e pelo compromisso com a construção de identidades positivas. Sua produção se ancora em vivências pessoais e coletivas, entrelaçando memória, corpo, linguagem e resistência — aspectos fundamentais para o trabalho formativo com jovens e adultos da educação pública.
A proposta aqui apresentada visa servir como subsídio para os professores da EJA que desejam aproximar os estudantes da obra da autora, bem como ampliar repertórios e construir pontes entre a experiência literária e a realidade social dos alunos.
Por meio de sua escrita sensível e contundente, Cristina Ribeiro nos convida a refletir sobre temas como:
- Racismo estrutural e cotidiano
- Autoestima e corporeidade negra
- Saberes ancestrais e pertencimento
- Escrita como instrumento de cura e resistência
Este material está organizado em quatro partes:
1 - Perfil da autora – trajetória e formação;
2 - Obra em destaque – Pela liberdade de nos construirmos negras;
3 - Sugestões de atividades – leitura, debate, escrita e interdisciplinaridade;
4 - Referências complementares – vídeos, entrevistas e indicações de leitura.
Que este conteúdo ajude a enriquecer os encontros literários com nossos estudantes — e a fortalecer, também, o papel da escola como espaço de fala, escuta e transformação.
✍️ Quem é Cristina Ribeiro?
Conforme reportagens regionais, Cristina Abigail Ribeiro Prates é uma escritora, educadora e ativista negra nascida em Porto Alegre, em 1971, e residente em Alvorada (RS). Trabalha destacadamente em pautas antirracistas, escrevendo sobre sua trajetória, racismo cotidiano e
representatividade negra.
representatividade negra.📘 Obra principal:
Pela liberdade de nos construirmos negras (Pubblicato Editora, 2023)
Trata-se de um manifesto autobiográfico, em que Cristina narra vivências ligadas ao racismo, estética corporal, autoestima e resistência. O livro reúne também depoimentos de outras mulheres negras e traz reflexões profundas sobre discriminação e identidade. É acompanhado por relatos testemunhais e posicionamento crítico desde a infância até a vida adulta.
“Pela liberdade de nos construirmos negras
Um livro instigante sobre o racismo estrutural que contamina a nossa sociedade, escrito por Cristina Ribeiro
Ela é negra, trabalha como diarista e lançou recentemente o livro “Pela liberdade de nos construirmos negras” (Pubblicato Editora, 2023), um manifesto sobre o racismo estrutural que contamina a nossa sociedade e alimenta o preconceito por todos os lados. Cristina Ribeiro fala sobre sua vida e os enfrentamentos desde a infância por conta da cor da sua pele e traz depoimentos de outras pessoas sobre a discriminação cotidiana. A professora e pedagoga Patrícia Guterer, que assina uma das orelhas da publicação, diz: “Estamos em pleno século XXI falando de IA’s (Inteligências Artificiais), testando carros voadores, com diversas máquinas que fazem o trabalho de inúmeras pessoas, mas ainda se faz urgente livros, debates, rodas de conversas e todos os meios possíveis para abordar as temáticas sobre preconceito, racismo e os séculos de escravização, torturas, estupros e desapropriações pelos quais os povos negros e indígenas passaram”.
Cristina Abigail Ribeiro Prates nasceu em Porto Alegre no ano de 1971 e mora em Alvorada. Filha de pais negros, ela e os irmãos foram criados pela mãe, que trabalhava como empregada doméstica. Estudou em escola pública. Fez curso técnico em Nutrição e Dietética. Não tem ensino superior. No período escolar sofreu racismo por ser negra e bullying porque era gorda. Ouviu muitas piadas por causa do cabelo. Na adolescência se achava feia e esquisita. Odiava ser negra. Odiava suas origens. Aos 23 anos casou. Aos 25, nasceu sua filha Tamires. Dois anos depois, nasceu o filho Geovane. O casamento durou oito anos. Ficou sozinha para criar duas crianças, mas contou com a ajuda da mãe e da ex-sogra. Sempre desejou ter uma família e sempre quis que o destino dos filhos fosse diferente.
Ela confessa que “matava um leão por dia” para dar conta de tudo. Criar os filhos, estudar e trabalhar em lugares diversos para pagar as contas. Em um determinado período, percebeu que não era forte como imaginava. Não tinha amor próprio. Sua autoestima era quase zero. Comia muito e engordou. Como se isso não bastasse, enfrentava o machismo no dia a dia, fatores que só faziam o desconforto piorar. Teve problemas físicos e o corpo dizia chega, tome uma atitude positiva. Foi ao médico e descobriu que estava com a pressão alta. Iniciou um tratamento. Em outro momento, já com a pressão controlada, desenvolveu uma diabetes, aliada ao peso e à tristeza”.
O diagnóstico fez com que Cristina percebesse que precisava mudar de atitude e seguir confiante a sua caminhada. Foi assim que começou a escrever e refletir sobre a negritude, a vida, o corpo e a mente. Passou a dar mais valor às suas origens e à família. Procurou tratamento psicológico, começou a frequentar uma academia para fazer exercícios físicos e passou a acreditar no seu potencial. Seguiu trabalhando em vários lugares, sempre incentivando os filhos a estudar porque o conhecimento é a herança que quer deixar para eles. E a autoestima chegou. Hoje valoriza as amizades que conquistou e trabalha nas redes sociais, como incentivadora do cabelo crespo, ajudando mulheres negras a resgatar a autoestima.
O valor do livro é R$ 35,00 e pode ser comprado através do pix 51 993621476.” (Fonte: TEIXEIRA, Lelei. “Pela liberdade de nos construirmos negras” Equidade: Livros. Sler… Disponível em: <https://sler.com.br/pela-liberdade-de-nos-construirmos-negras/>. Acesso em 05 de ago., 2025)
Além disso, Cristina participou como coautora do projeto "Falas Racistas", voltado ao combate ao racismo estrutural em Alvorada (RS). Nesse projeto, foram desenvolvidas oficinas e rodas de conversa em escolas, culminando na publicação de um livro voltado ao fortalecimento da autoestima negra, empatia e produção literária dos jovens.
Falas racistas
As falas racistas podem parecer inofensivas ou sutis, mas não são, pois ferem o íntimo de quem escuta, traumatizam e causam dor.
Sobre a obra
As falas racistas podem parecer inofensivas ou sutis, mas não são, pois ferem o íntimo de quem escuta, traumatizam e causam dor. Muitos não conseguem se recuperar dos traumas causados por essas falas na infância, na adolescência, no período escolar... Muitas dessas falas são ditas nos lares, pelos pais, irmãos, avós, tios, sobrinhos, primos, amigos. Temos sim, obrigação de eliminar essas falas do vocabulário do nosso dia a dia. Esta obra, além das falas racistas, traz relatos de pessoas que foram feridas por essa navalha impiedosa que é o racismo.
📚 Quadro-resumo: Cristina Ribeiro e suas obras
Autora |
Títulos |
Tema principal |
Público-alvo sugerido |
|---|---|---|---|
Cristina Abigail Ribeiro Prates |
Pela liberdade de nos construirmos negras (2023) |
Racismo estrutural, autoestima, identidade |
Jovens e adultos da EJA |
— |
Projeto Falas Racistas (coautoria) |
Racismo cotidiano, empoderamento escolar |
Alunos de escolas públicas, periferia |
O QUE ESTÁ ESPERANDO?, #VEMPARAEJA!
Muito obrigado!
Professor Donarte Nunes dos Santos Júnior.
Biblioteca Pé de Pilão
SUGESTÕES DE TEXTOS, OU AINDA, SUBSÍDIOS PARA QUE A TEMÁTICA DOS DIREITOS HUMANOS SEJA TRABALHADA EM NOSSA AÇÃO PEDAGÓGICA :
Setembro de 2024:
Obs.: a culminância da ação será no dia 10 de dez..




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